domingo, 25 de novembro de 2012

Ramatis

Repetimos: o espírito não nasce, não cresce, nem morre. Ele "desperta", gradativamente, do seu invólucro fetal encaixado no ventre materno, até alcançar a sua configuração primitiva antes de mergulhar na carne. Cada existência humana é apenas uma nova manifestação do espírito através do corpo físico tangível na matéria. A criança não deve ser estimulada nem louvada nas suas irascibilidades e reações censuráveis; o seu espírito só domina mais cedo os seus instintos primários, caso também receba a ajuda eficiente e enérgica dos pais isentos de qualquer sentimentalismo, sem confundirem o mau instinto do descendente à conta de "precocidade". Embora sem os extremos de crueldade e despotismo, os pais não devem afrouxar a sua autoridade, evitando de louvar e estimular as ações indisciplinadas e rebeldes dos filhos. Os filhos devem ser criados com amor, mas sem a imprudência de deixá-los agir livremente, só porque são "engraçadinhos" ou amuam-se por qual
quer coisa. A fim de formar-lhes um caráter nitidamente estóico e leal, os pais devem fortificá-los desde a primeira infância, para solucionarem as suas culpas, sem o culto demasiado da personalidade humana. É algo perigoso quando, para os pais sentimentalistas, o seu pupilo sempre tem razão; enquanto que é mau e condenável o filho do vizinho. As contrariedades da infância caldeiam e fortificam o temperamento da criança para mais tarde enfrentar as desventuras da vida humana, pois, quando excessivamente apoiada e mimada, em todas as suas manhas e indisciplinas, os jovens viverão em conflito nas suas relações com a sociedade e atuações no mundo. Quem não aprende a dominar os seus instintos primários na infância, bem mais difícil ser-lhe-á na fase adulta.

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