quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um toque poético para a postagem anterior sobre felicidade

As vezes e preciso calar... Calar pra poder sentir;
As vezes e preciso chorar... Chorar pra aliviar o coração;
As vezes e preciso parar... Parar pra observar;
As vezes e preciso andar na corda bamba... Andar pra se equilibrar;
As vezes e preciso remar contra a maré... Remar pra alcançar a outra margem;
As vezes e preciso perder tudo... Perder pra abrir espaço para o novo;
As vezes e preciso rever conceitos... Rever pra corrigir;
As vezes e preciso sair... Sair pra entrar em outro lugar;
As vezes e preciso sentir doer... Doer pra curar;
As vezes e preciso buscar o novo... O novo que trará novo sentido;
As vezes e preciso seguir... Seguir pra continuar a caminhar;
As vezes e preciso cair... Cair pra levantar mais forte;
Tantas coisas sao necessárias pra que possamos sentir o que e a verdadeira felicidade, viver mais leves, mais alegres, mais suaves... Se soubéssemos disso, o novo nao assustaria tanto, a saudade nao doeria, a espera nao cansaria, e o amor seria de verdade... (Gabi Gabriela)

Reflexão sobre felicidade


Palavras de Emmanuel
A FELICIDADE

O Texto a seguir foi elaborado a partir de uma palestra do físico, psicólogo, PhD. e praticante budista Allan Wallace - aluno de Dalai Lama - e ao final concluímos com uma mensagem de Emmanuel sobre o tema. Vejam por si mesmos as similaridades. 

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Trechos da palestra: 

Houve um tempo em que a busca da felicidade genuína, da compreensão da realidade e da aquisição de virtudes eram consideradas indissociáveis. 

O cultivo dessas três dimensões é essencial para uma vida significativa. Na sociedade moderna, essas buscas estão separadas uma das outros e muitas vezes em conflito. 

Busca-se felicidade nos shoppings, por exemplo. O que denota claramente uma falta de compreensão da realidade do próprio funcionamento da mente. 

Allan Wallace segue dizendo que conhece vários Prêmios Nobels, com muito reconhecimento social e financeiro. São felizes? Não muito. Não é requisito para ganhar o Prêmio Nobel desenvolver valores de caráter, virtudes. 

Há uma forte correlação entre felicidade genuína, compreensão do mundo e aquisição de virtudes. Wallace alerta que há hoje sinais novos de doenças mentais, que são reconhecidas como algo comum e que por ser comum seria saudável: a frouxidão mental (perda de clareza e nitidez da atenção), a excitação (agitação involuntária e desejos compulsivos) . 

O Físico e Psicólogo segue com o exemplo de pessoas que não conseguem sentar sem mexer alguma parte do corpo por 5 minutos, não conseguem ficar sem acessar celular, internet ou outros estímulos por um período curto que seja. A mente não está em paz. É o oposto de meditação. 

Mais adiante, segue diferenciando os tipos de felicidade. 

Haveria uma felicidade mundana. Está ligada a estímulos sensoriais. Por exemplo, comprar produtos. Ter um bom sonho durante a noite. Ouvir uma música agradável. Ter uma relação afetiva baseada na estética, ganhos sociais e/ou financeiros decorrentes dela. A “felicidade” mundana pode ser obtida também por drogas.Em suma, ela é baseada e dependente do que você consegue obter de fora. 

Para muitos a busca de felicidade fica nessa dimensão. É o retorno à fase de nossa civilização chamada de “Caçadores e Coletores”: íamos para florestas, caçamos, estocamos...ou seja, pegamos algo do ambiente. Com o acréscimo da população, isso leva a conflito, pois os recursos não são mais abundantes. 

Mais do que isso, todas essas coisas em algum tempo, já perdem seu valor. 

Wallace vai além: “...há uma alternativa, conhecida no cristianismo primitivo, no budismo e no hinduísmo. Há uma qualidade de bem estar que não vem do mundo externo, mas aquilo que podemos dar ao mundo externo. Ser generoso, atencioso, gentil, traz ao ser uma sensação de bem estar mais duradoura e que está associada à atenção plena em si mesmo e nos próprios valores. A meditação – essencialmente –trabalha essa questão. Meditar é cultivar os corações e mentes. 

O sistema educacional teria como função cultivar as mentes, mas não educamos a serem pessoas melhores e sim a desenvolver habilidades de caçar e coletar mais, ou seja, meios hábeis para adquirir coisas. E pessoas. 

Em pesquisas, temos percebido que a aquisição de virtudes estão mais desenvolvidas em pessoas que apresentam uma felicidade genuína e duradoura, que passa pelas adversidades da vida independente dos estímulos externos que ela receba. E há tristeza também nessas pessoas, mas estão menos associadas a frustações egoístas. 

Há um deslocamento do Ego para o outro. E o outro tem um valor intrínseco não pelo o que ele agrega ao nosso Ego, mas sim por um sentimento genuíno de compaixão ou mesmo, de amor. 

Para obtenção da Felicidade genuína, o Budismo trabalha com o conceito de caminho óctuplo: 

Linguagem correta, ação correta, e modo de vida correto - esses estados estão incluídos no agregado da virtude. Esforço correto, atenção plena correta, e concentração correta - esses estados estão incluídos no agregado da concentração. Entendimento correto e pensamento correto - esses estados estão incluídos no agregado da sabedoria. 

Emmanuel nos deixou essa mensagem, intitulada de "Felicidade", que creio poder ser um fechamento perfeito para nosso estudo de hoje. Vejam as similaridades com a felicidade genuína abordada anteriormente. 


"Sábios existem que asseveram não ser a felicidade deste mundo, mas isso não quer dizer que a felicidade não seja do homem.

E sabendo nós outros que há diversos tipos de contentamento na Terra, não podemos ignorar que há um júbilo cristão, do qual não será lícito esquecer em tempo algum.

A alegria da mente ignorante que se mergulhou nos despenhadeiros do crime, reside na execução do mal, ao passo que a satisfação do homem esclarecido, jaz no dever bem desempenhado, no coração enobrecido e na reta consciência.

Não olvidemos que se o Reino do Senhor ainda não é deste mundo,nossa alma pode, desde agora, ingressar nesse Divino Reino e aí encontrar a aventura sem mácula do amor vitorioso sob a inspiração do Celeste Amigo.

A felicidade do discípulo de Jesus brilha em toda parte, introduzindo-nos à Benção Maior.
É a benção de auxiliar.
A construção da simpatia fraterna.
A oportunidade de sofrer pela própria santificação.
O ensejo de aprender para progredir na Eternidade.
A riqueza do trabalho.
A alegria de servir, não só com o dinheiro farto ou com a autoridade respeitável de Terra, mas também com o sorriso de entendimento, com o pão da boa vontade ou com o agasalho ao doente e à criança.

A felicidade, portanto, se ainda não é deste mundo, já pode residir no espírito que realmente a procura na alegria de dar de si mesmo, de sacrificar-se pelo bem comum e de auxiliar a todos, quando Jesus soube, amando e servindo, subir do madeiro sanguinolento aos esplendores da Eterna Ressurreição.

(Do livro "Servidores no Além", Emmanuel, F.C Xavier)

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Que possamos todos encontrar a verdadeira felicidade, conhecendo e perseguindo as causas da verdadeira felicidade. Não seria interessante pararmos de associar felicidade ao externo e mais ao mundo interno, por meio do cultivo de pensamentos, sentimentos e decorrentes comportamentos genuinamente comprometidos com nosso bem estar e de todos? 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Da alma



Da Alma
134. O que é a alma?
— Um Espírito encarnado.

134 - a) O que era a alma, antes de unir-se ao corpo?

— Espírito.

134 – b) As almas e os Espíritos são, portanto, uma e a mesma coisa?

— Sim, as almas não são mais que Espíritos. Antes de ligar-se ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, e depois reveste temporariamente um invólucro carnal, para se purificar e esclarecer.

135. Há no homem outra coisa, além da alma e do corpo?

— Há o liame que une a alma e o corpo.

135 – a) Qual é a natureza desse liame?

— Semimaterial; quer dizer, um meio-termo entre a natureza do Espírito e a do corpo. E isso é necessário, para que eles possam comunicar-se. E por meio desse liame que o Espírito age sobre a matéria, e vice-versa.

Comentário de Kardec:O homem é, assim, formado de três partes essenciais:

1°) O corpo, ou ser material, semelhante aos dos animais e animado pelo

mesmo princípio vital;

2°) A alma. Espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação;

3°) O perispírito. princípio intermediário, substância semimaterial, que serve de

primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais são. num fruto, a semente, a polpa e a casca.

136. A alma é independente do princípio vital?

— O corpo não é mais que o envoltório, sempre o repetimos.

136 – a) O corpo pode existir sem a alma?

— Sim; e não obstante, desde que o corpo deixa de viver, a alma o abandona. Antes do nascimento não há uma união decisiva entre a alma e o corpo, ao passo que, após o estabelecimento dessa união, a morte do corpo rompe os liames que a unem a ele, e a alma o deixa. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo sem vida orgânica.

136 – b) O que seria o nosso corpo, se não tivesse alma?

— Uma massa de carne sem inteligência; tudo o que quiserdes, menos um homem.

137. O mesmo Espírito pode encarnar-se de uma vez em dois corpos diferentes?

— Não. O Espírito é indivisível e não pode animar simultaneamente duas criaturas diferentes. (Ver, em O Livro dos Médiuns, o capítulo Bicorporeidade e transfiguração.)

138. Que pensar da opinião dos que consideram a alma como o princípio da vida material?

— Simples questão de palavras, com a qual nada temos. Começai por vos entenderdes.

139. Alguns Espíritos, e antes deles alguns filósofos, assim definiram a alma: Uma centelha anímica emanada do Grande Todo. Por que essa contradição?

— Não há contradição: tudo depende da significação das palavras. Por que não tendes uma palavra para cada coisa?

Comentário de Kardec: A palavra alma é empregada para exprimir as coisas mais diferentes. Uns chamam alma ao principio da vida, e nessa acepção é exato dizer figuradamente, que a alma é uma centelha anímica emanada do Grande Todo. Essas últimas palavras se referem à fonte universal do principio vital, em que cada ser absorve uma porção, que devolve ao todo após a morte. Esta idéia não exclui absolutamente a de um ser moral, distinto, independente da matéria, e que conserva a sua individualidade. É a este ser que se chama igualmente alma. e nesta acepção pode dizer-se que a alma é um Espírito encarnado. Dando da alma diferentes definições, os Espíritos falaram segundo as aplicações que faziam da palavra e segundo as idéias terrestres de que estavam ainda mais ou menos imbuídos. Isso decorre da insuficiência da linguagem humana, que não tem um termo para cada idéia, o que acarreta uma multidão de mal-entendidos e discussões. Eis porque os Espíritos superiores dizem que devemos, primeiro, nos entendermos quanto às palavras(1).

140. Que pensar da teoria da alma subdividida em tantas partes quantos são os músculos, presidindo cada uma às diferentes funções do corpo?

— Isso também depende do sentido que se atribuir à palavra alma. Se por ela se entende o fluido vital, está certo; se se entende o Espírito encarnado, está errado. Já dissemos que o Espírito é indivisível: ele transmite o movimento aos órgãos através do fluido intermediário, sem por isso se dividir.

140 – a) Não obstante, há Espíritos que deram esta definição.

— Os Espíritos ignorantes podem tomar o efeito pela causa.

Comentário de Kardec: A alma age por meio dos órgãos, e estes são animados pelo fluido vital que se reparte entre eles, e com mais abundância nos que são os centros ou focos de movimento. Mas essa explicação não pode aplicar-se à alma como sendo o Espírito que habita o corpo durante a vida e o deixa com a morte.

141. Há qualquer coisa de certo na opinião dos que pensam que a alma é externa e envolve o corpo?

— A alma não está encerrada no corpo como o pássaro numa gaiola. Ela irradia e se manifesta no exterior, como a luz através de um globo de vidro ou como o som ao redor de um centro sonoro. É por isso que se pode dizer que ela é exterior, mas não como um envoltório do corpo. A alma tem dois envoltórios: um, sutil e leve, o primeiro, que chamamos perispírito; o outro, grosseiro, material e pesado, que é o corpo. A alma é o centro desses envoltórios, como a amêndoa na casca, já o dissemos.

142. Que dizer dessa outra teoria, segundo a qual, na criança, a alma vai se completando a cada período da vida?

— O Espírito é apenas um: inteiro na criança, como no adulto; são os órgãos, instrumentos de manifestação da alma, que se desenvolvem e se completam. Isto é ainda tomar o efeito pela causa.

143. Por que todos os Espíritos não definem a alma da mesma maneira?

— Os Espíritos não são todos igualmente esclarecidos sobre essas questões. Há Espíritos ainda limitados, que não compreendem as coisas abstraías, como as crianças entre vós. Há também Espíritos pseudo-sábios, que para se imporem, como acontece ainda entre vós, fazem rodeios de palavras. Além disso, mesmo os Espíritos esclarecidos podem exprimir-se em termos diferentes, que no fundo têm o mesmo valor, sobretudo quando se trata de coisas que a vossa linguagem é incapaz de esclarecer; há então necessidade de figuras, de comparações, que tomais pela realidade.

144. Que se deve entender por alma do mundo?

— O princípio universal da vida e da inteligência de que nascem as individualidades. Mas os que se servem dessa expressão, freqüentemente, não se entendem. A palavra alma tem aplicação tão elástica que cada um a interpreta de acordo com as suas fantasias. Tem-se, às vezes, atribuído uma alma à Terra, e por ela é necessário entender o conjunto dos Espíritos abnegados que dirigem as vossas ações no bom sentido, quando os escutais, e que são de certa maneira os lugares-tenentes de Deus junto ao vosso globo.

145. Como é que tantos filósofos antigos e modernos têm longamente discutido sobre a Ciência psicológica, sem chegar à verdade?

— Esses homens eram os precursores da doutrina espírita eterna, e prepararam o caminho. Eram homens e puderam enganar-se, porque tomaram pela luz as suas próprias idéias; mas os seus mesmos erros, através dos prós e contras de suas doutrinas, servem para evidenciar a verdade. Aliás, entre esses erros se encontram grandes verdades, que um estudo comparativo vos fará compreender.

146. A alma tem, no corpo, uma sede determinada e circunscrita?

— Não. Mas ela se situa mais particularmente na cabeça, entre os grandes gênios e todos aqueles que usam bastante o pensamento, e no coração dos que sentem bastante, dedicando todas as suas ações à Humanidade.

146 – a) Que pensar da opinião dos que situam a alma num centro vital?

— Que o Espírito se encontra de preferência nessa parte do vosso organismo, que é o ponto a que se dirigem toda as sensações. Os que a situam naquilo que consideram como centro da vitalidade, a confundem com afluído ou princípio vital. Não obstante, pode dizer-se que a sede da alma se encontra mais particularmente nos órgãos que servem para as manifestações intelectuais e morais.

Livro dos Espíritos

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

::: NÃO ACREDITEIS EM TODOS OS ESPÍRITOS :::



::: NÃO ACREDITEIS EM TODOS OS ESPÍRITOS :::

“Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantaram no mundo.” (João, Epístola I, cap. IV: 1)


Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vêm, pelo contrário, dar-lhes o último golpe. Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz. Da mesma maneira que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia, revelaram as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual. Essas leis, tanto quanto as científicas, pertencem também à natureza. Dando, assim, a explicação de uma ordem de fenômenos até agora incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.

Como se vê, os que fossem tentados a explorar esses fenômenos em proveito próprio, fazendo-se passar por enviado de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade alheia, e bem logo seriam desmascarados. Aliás, como já ficou dito, esses fenômenos nada provam por si mesmos: a missão se prova por efeitos morais, que nem todos podem produzir. Esse é um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita, que pesquisando a causa de certos fenômenos, levanta o véu de muitos mistérios. Os que preferem a obscuridade à luz, são os únicos interessados em combatê-la. Mas a verdade é como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros.

O Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados. É a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e se disfarçam com nomes veneráveis, para procurar, através da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas. Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira mais ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou de incorporação. O número dos que, em diversas épocas, mas sobretudo nos últimos tempos, se apresentaram como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, e até mesmo como Deus, é considerável.

São João nos põe em guarda contra eles, quando adverte: “Meus bem amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. O Espiritismo nos oferece os meios de experimentá-los, ao indicar as características pelas quais se reconhecem os bons Espíritos, características sempre morais e jamais materiais. (Ver o Livro dos Médiuns, Caps. 24 e segs.). É sobretudo ao discernimento dos bons e dos maus Espíritos, que podemos aplicar as palavras de Jesus: “Reconhece-se a árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore má, não pode dar bons frutos”. Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a árvore pela qualidade de seus frutos.


Do 'Evangelho Segundo o Espiritismo' – Allan Kardec (Capítulo 21)

domingo, 28 de outubro de 2012

Na hora da crise


‎::: NA HORA DO CRISE :::


Na hora da crise, emudece os lábios e ouve as vozes que falam, inarticuladas, no imo de ti mesmo. 

Perceberás, distintamente, o conflito. 
É o passado que teima em ficar e o presente que anseia pelo futuro. 

É o cárcere e a libertação. 
A sombra e a luz. 
A dívida e a esperança. 
É o que foi e o que deve ser. 

Na essência, é o mundo e o Cristo no coração. 

Grita o mundo pelo verbo dos amigos e dos adversários, na Terra e além da Terra.
Adverte o Cristo, através da responsabilidade que nos vibra na consciência.

Diz o mundo: “acomoda-te como puderes”.
Pede o Cristo: “levanta-te e anda”.

Diz o mundo: “faze o que desejas”.
Pede o Cristo: “não peques mais”.

Diz o mundo: “destrói os opositores”. 
Pede o Cristo: “ama os teus inimigos”.

Diz o mundo: “renega os que te incomodem”. 
Pede o Cristo: “ao que te exija mil passos, caminha com ele dois mil”.

Diz o mundo: “apega-te à posse”. 
Pede o Cristo: “ao que te rogue a túnica cede também a capa”.

Diz o mundo: “fere a quem te fere”. 
Pede o Cristo: “perdoa sempre”.

Diz o mundo: “descansa e goza”. 
Pede o Cristo: “avança enquanto tens luz”.

Diz o mundo: “censura como quiseres”. 
Pede o Cristo: “não condenes”.

Diz o mundo: “não repares os meios para alcançar os fins”.
Diz o Cristo: “serás medido pela medida que aplicares aos outros”.

Diz o mundo: “aborrece os que te aborreçam”. 
Pede o Cristo: “ora pelos que te perseguem e caluniam”.

Diz o mundo: “acumula ouro e poder para que te faças temido”. 
Diz o Cristo: “provavelmente nesta noite pedirão tua alma e o que amontoaste para quem será?”

Obsessão é também problema de sintonia. 
O ouvido que escuta reflete a boca que fala. 
O olho que algo vê assemelha-se, de algum modo, à coisa vista.

Não precisas, assim, sofrer longas hesitações nas horas de tempestade. 
Se realmente procuras caminho justo, ouçamos o Cristo, e a palavra dele, por bússola infalível, traçar-nos-á rumo certo.

Emmanuel
(In: Religião dos Espíritos - Francisco Cândido Xavier)

Sao Judas Tadeu




Oração Milagrosa de São Judas Tadeu
São Judas, glorioso Apóstolo, fiel servo e amigo de Jesus, o nome do traidor foi causa de que fosseis esquecido por muitos, mas a Igreja vos honra e invoca universalmente como o patrono nos casos desesperados, nos negócios sem remédio. Rogai por mim, que sou tão miserável. Fazei uso, eu vos peço, desse particular privilégio que vos foi concedido, d
e trazer visível e imediato auxílio, onde o socorro desapareceu quase por completo.

Assisti-me nesta grande necessidade, para que possa receber as consolações e o auxílio do Céu em todas as minhas precisões, atribulações e sofrimentos, alcançando-me a graça de ... (aqui faz se o pedido particular), e para que eu possa louvar a Deus convosco e com todos os eleitos, por toda a eternidade.

Eu vos prometo, ó bendito São Judas, lembrar-me sempre deste grande favor, e nunca deixar de vos honrar, como meu especial e poderoso patrono, e fazer tudo o que estiver a meu alcance para incentivar a devoção para convosco. 
Amém. 

São Judas, rogai por nós e por todos que vos honram e invocam o vosso auxílio.

Rezar 3 Pai-Nossos, 3 Ave-Marias e 3 Glória ao Pai

Sinais de Deus

sábado, 27 de outubro de 2012

O perdão das ofensas


Pensamentos de André Luiz
::: O PERDÃO DAS OFENSAS :::


Paulo Henrique D. Vieira
de Uberlândia, MG


São claras as palavras de Jesus no evangelho de Mateus, 5: 43 e 44: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem e caluniam; (…)”.

Nesta parte de um de seus evangelhos, Jesus trata de uma das mais complexas dificuldades do ser humano: perdoar à quem o ofende.

Passados dois mil anos, será que nós já conseguimos assimilar e praticar mais efetivamente este preceito do mestre?

Quem de nós nunca sentiu no âmago do ser, o quanto é duro ser humilhado, ser perseguido ou caluniado, muitas vezes indebitamente.

Uma das grandes diferenças entre o comportamento de Jesus e o nosso, é que Ele além de pregar, também exemplificava o que preconizava.

Certa vez depois de proferir uma palestra em um centro espírita, fui abordado por um jovem que disse querer me falar algumas palavras. Aquiesci prontamente, convidando-o a nos sentarmos em um banco que estava próximo.

O jovem me relatou que há algum tempo atrás estava em seu trabalho com um colega e este fizera uma brincadeira de mau gosto com uma funcionária de sua seção. Esta reclamou na gerência e ambos foram chamados em separado pelo gerente da loja para prestar esclarecimentos. Dissera-me ele que como a corda arrebenta sempre do lado mais fraco, seu colega – que ocupava um cargo superior ao seu – atribuíra a autoria da brincadeira a ele e que por mais que tivesse tentado explicar ao gerente que não fora autor do desagravo, levara uma advertência da loja.

O rapaz relatou-me ter ficado bastante consternado com o fato e que desde então passara a alimentar um rancor pelo seu colega de trabalho, agravado pelo fato de ter que vê-lo todos os dias.

Ouvi a narrativa sensibilizado e recordei-lhe (pois me revelara ser espírita) que Jesus havia recomendado o perdão incondicional das ofensas e que o Espiritismo viera revelar ao homem que todas as dores, todas as vicissitudes porque passamos são destinadas ao nosso aperfeiçoamento moral, características de um planeta de provas e expiações.

Recomendei-lhe que se era difícil o perdão imediato aquele que o prejudicara, que orasse em favor do seu antagonista e que se aspiramos realmente a seguir o exemplo Daquele que se imolou em prol da humanidade, urgia suportar ofensas e dores.

O semblante do jovem parecia refletir tudo aquilo que eu lhe falara e este me disse que pensaria melhor no assunto. Despedimos jubilosos e cada qual tomou o caminho de sua casa.

Algum tempo depois estava eu no meu trabalho, e fui ofendido por um colega, vítima também de uma acusação indébita.

Silenciei diante da ofensa, mas pude sentir na pele, em minha condição de criatura humana, o quanto era difícil suportar a ofensa que nos é dirigida em rosto.

Lembrei-me daquele jovem e indaguei se a vida não me fazia a seguinte pergunta:

— Você é muito bom para pregar, mas será que já consegue exemplificar?

O espírito de Manoel P. Miranda diz que “(…) o ódio é fruto do egoísmo, do personalismo magoado 1 e Kardec comenta no Evangelho segundo o Espiritismo que “O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação e sem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima do mal que lhes quiseram fazer. (…)” 2

É certo que a maioria de nós ainda se melindra diante da ofensa, pois somos todos espíritos em evolução, a bordo da nave Terra. Mas se realmente já desejamos assinalar a luz que resplandece do evangelho do Consolador Prometido, devemos nos lembrar que toda dor chega e passa e que Ele próprio disse que “(…) todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”.(Lucas, XIV: 11)

Mas além disso, o Espiritismo veio revelar ao homem um sentido mais amplo para o perdão das ofensas. Não se trata apenas de uma questão moral, da prática muitas vezes da falsa bonomia.

Allan Kardec também abordou no mesmo capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo, que citamos anteriormente, no item “Reconciliar-se com os Adversários”, que na prática do perdão e do bem em geral, além de um efeito moral, há um efeito também material, pois a morte não nos livra dos nossos inimigos. Daí a causa da maioria dos casos de obsessão, pois “O espírito mau espera que aquele a quem quer mal esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar, (…)”.

A nossa dificuldade em perdoar, se dá em grande parte por causa do orgulho ferido.

Todos nós que abraçamos o Espiritismo, temos que nos lembrar que nenhuma dor é por acaso e que esta doutrina nos dá o lenitivo para todas as dores, todas as decepções porque ainda é necessário que passemos.

E em se falando de perdão, mais uma vez recordamos a figura do mestre, que durante o seu apostolado de luz salientou a importância do perdão das ofensas, numa reformulação da lei mosaica. Lembremo-nos que mesmo perseguido, zombado e ultrajado pela multidão, diante da cruz, Jesus invocou o perdão irrestrito nas palavras:

“— Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.” (Lucas, XXIII: 34)


1. - Nas Fronteiras da Loucura, Análise das Obsessões - psicografia de Divaldo P. Franco.

2. - KARDEC, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo – Perdoai para que Deus vos perdoe, Cap. X. Edição EME.

(Jornal Verdade e Luz Nº 169 de Fevereiro de 2000)

Fonte: Portal do Espírito