Palavras de Emmanuel
A FELICIDADE
O Texto a seguir foi elaborado a partir de uma palestra do físico, psicólogo, PhD. e praticante budista Allan Wallace - aluno de Dalai Lama - e ao final concluímos com uma mensagem de Emmanuel sobre o tema. Vejam por si mesmos as similaridades.
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Trechos da palestra:
Houve um tempo em que a busca da felicidade genuína, da compreensão da realidade e da aquisição de virtudes eram consideradas indissociáveis.
O cultivo dessas três dimensões é essencial para uma vida significativa. Na sociedade moderna, essas buscas estão separadas uma das outros e muitas vezes em conflito.
Busca-se felicidade nos shoppings, por exemplo. O que denota claramente uma falta de compreensão da realidade do próprio funcionamento da mente.
Allan Wallace segue dizendo que conhece vários Prêmios Nobels, com muito reconhecimento social e financeiro. São felizes? Não muito. Não é requisito para ganhar o Prêmio Nobel desenvolver valores de caráter, virtudes.
Há uma forte correlação entre felicidade genuína, compreensão do mundo e aquisição de virtudes. Wallace alerta que há hoje sinais novos de doenças mentais, que são reconhecidas como algo comum e que por ser comum seria saudável: a frouxidão mental (perda de clareza e nitidez da atenção), a excitação (agitação involuntária e desejos compulsivos) .
O Físico e Psicólogo segue com o exemplo de pessoas que não conseguem sentar sem mexer alguma parte do corpo por 5 minutos, não conseguem ficar sem acessar celular, internet ou outros estímulos por um período curto que seja. A mente não está em paz. É o oposto de meditação.
Mais adiante, segue diferenciando os tipos de felicidade.
Haveria uma felicidade mundana. Está ligada a estímulos sensoriais. Por exemplo, comprar produtos. Ter um bom sonho durante a noite. Ouvir uma música agradável. Ter uma relação afetiva baseada na estética, ganhos sociais e/ou financeiros decorrentes dela. A “felicidade” mundana pode ser obtida também por drogas.Em suma, ela é baseada e dependente do que você consegue obter de fora.
Para muitos a busca de felicidade fica nessa dimensão. É o retorno à fase de nossa civilização chamada de “Caçadores e Coletores”: íamos para florestas, caçamos, estocamos...ou seja, pegamos algo do ambiente. Com o acréscimo da população, isso leva a conflito, pois os recursos não são mais abundantes.
Mais do que isso, todas essas coisas em algum tempo, já perdem seu valor.
Wallace vai além: “...há uma alternativa, conhecida no cristianismo primitivo, no budismo e no hinduísmo. Há uma qualidade de bem estar que não vem do mundo externo, mas aquilo que podemos dar ao mundo externo. Ser generoso, atencioso, gentil, traz ao ser uma sensação de bem estar mais duradoura e que está associada à atenção plena em si mesmo e nos próprios valores. A meditação – essencialmente –trabalha essa questão. Meditar é cultivar os corações e mentes.
O sistema educacional teria como função cultivar as mentes, mas não educamos a serem pessoas melhores e sim a desenvolver habilidades de caçar e coletar mais, ou seja, meios hábeis para adquirir coisas. E pessoas.
Em pesquisas, temos percebido que a aquisição de virtudes estão mais desenvolvidas em pessoas que apresentam uma felicidade genuína e duradoura, que passa pelas adversidades da vida independente dos estímulos externos que ela receba. E há tristeza também nessas pessoas, mas estão menos associadas a frustações egoístas.
Há um deslocamento do Ego para o outro. E o outro tem um valor intrínseco não pelo o que ele agrega ao nosso Ego, mas sim por um sentimento genuíno de compaixão ou mesmo, de amor.
Para obtenção da Felicidade genuína, o Budismo trabalha com o conceito de caminho óctuplo:
Linguagem correta, ação correta, e modo de vida correto - esses estados estão incluídos no agregado da virtude. Esforço correto, atenção plena correta, e concentração correta - esses estados estão incluídos no agregado da concentração. Entendimento correto e pensamento correto - esses estados estão incluídos no agregado da sabedoria.
Emmanuel nos deixou essa mensagem, intitulada de "Felicidade", que creio poder ser um fechamento perfeito para nosso estudo de hoje. Vejam as similaridades com a felicidade genuína abordada anteriormente.
"Sábios existem que asseveram não ser a felicidade deste mundo, mas isso não quer dizer que a felicidade não seja do homem.
E sabendo nós outros que há diversos tipos de contentamento na Terra, não podemos ignorar que há um júbilo cristão, do qual não será lícito esquecer em tempo algum.
A alegria da mente ignorante que se mergulhou nos despenhadeiros do crime, reside na execução do mal, ao passo que a satisfação do homem esclarecido, jaz no dever bem desempenhado, no coração enobrecido e na reta consciência.
Não olvidemos que se o Reino do Senhor ainda não é deste mundo,nossa alma pode, desde agora, ingressar nesse Divino Reino e aí encontrar a aventura sem mácula do amor vitorioso sob a inspiração do Celeste Amigo.
A felicidade do discípulo de Jesus brilha em toda parte, introduzindo-nos à Benção Maior.
É a benção de auxiliar.
A construção da simpatia fraterna.
A oportunidade de sofrer pela própria santificação.
O ensejo de aprender para progredir na Eternidade.
A riqueza do trabalho.
A alegria de servir, não só com o dinheiro farto ou com a autoridade respeitável de Terra, mas também com o sorriso de entendimento, com o pão da boa vontade ou com o agasalho ao doente e à criança.
A felicidade, portanto, se ainda não é deste mundo, já pode residir no espírito que realmente a procura na alegria de dar de si mesmo, de sacrificar-se pelo bem comum e de auxiliar a todos, quando Jesus soube, amando e servindo, subir do madeiro sanguinolento aos esplendores da Eterna Ressurreição.
(Do livro "Servidores no Além", Emmanuel, F.C Xavier)
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Que possamos todos encontrar a verdadeira felicidade, conhecendo e perseguindo as causas da verdadeira felicidade. Não seria interessante pararmos de associar felicidade ao externo e mais ao mundo interno, por meio do cultivo de pensamentos, sentimentos e decorrentes comportamentos genuinamente comprometidos com nosso bem estar e de todos?
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