NA HORA DA TRISTEZA - in "O Livro da Esperança" - Emmanuel - Francisco C. Xavier.
“Vós sois a luz do mundo” - Jesus (Mateus, 5: 14)
“Não digais, pois, quando virdes atingido um de vossos
ir mãos: ‘É a justiça de Deus, Impor ta que siga o seu curso’.
Dizei antes: ‘Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs
ao alcance para suavizar a sofrimento do meu irmão’.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. V, Item 27)
Entraste na hora do desalento, como se te avizinhasses de um pesadelo.
Indefinível suplicio moral te impele ao abatimento, magoas antigas surgem à tona.
Sentes-te à feição do viajor, para cuja sede se esgotaram as derradeiras fontes do caminho.
Experimentas o coração no peito, qual pássaro fatigado, ao sacudir, em vão, as grades do cárcere.
Ainda assim, não permitas que a ansiedade te lance à tristeza inútil.
Se a incompreensão alheia te azedou o pensamento, recorda os
companheiros enfermos ou mutilados, quando não conhecem a própria situação, qual seria de desejar e prossegue servindo, a esperar pelo tempo que lhes dará reajuste.
Se amigos te abandonaram em árduas tarefas, à caça de considerações que lhes incensem a personalidade, medita nas crianças afoitas, empenhadas a jogos e distrações nos momentos do estudo, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que
a todos renovará na escola da experiência.
Se deixaste entes queridos ante a cinza do túmulo, convence-te
de que todos eles continuam redivivos, no plano espiritual, dependendo, quase sempre, de tua conformação para que se refaçam, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que
te propiciará, mais além, o intraduzível consolo do reencontro.
Se o fardo das próprias aflições te parece excessivamente pesado, reflete nos irmãos desfalecentes da retaguarda, para quem uma simples frase reconfortante de tua boca é comparável a facho estelar, nas trevas em que jornadeiam, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que, no instante oportuno, a cada problema
descortinará solução.
Lembra-te de que podes ser, ainda hoje, o raciocínio para os que se
dementaram na invigilância, o apoio dos que tropeçam na sombra, o socorro aos peregrinos da estrada que a penúria recolhe nas pedreiras do sofrimento, o amparo dos que choram em desespero e a voz que se levante para a defesa de injustiçados e desvalidos.
Não te detenhas para relacionar dissabores.
Segue adiante e se lágrimas te encharcam a ponto de sentires a noite dentro dos olhos, entrega as próprias mãos nas mãos de Jesus e prossegue servindo, na certeza de que a vida faz ressurgir o pão da terra lavrada e de que o Sol de Deus, amanhã, nos trará novo dia.
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